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14 de janeiro de 2012

DILEMA ALIMENTAR E AMBIENTAL


Adriana Teixeira Simoni

A industrialização da produção agrícola levou ao uso dos agrotóxicos nos processos produtivos para garantir que hoje os sete bilhões de habitantes tenham acesso a alimentação. O que infelizmente também foi pontuado pelo fim da agricultura familiar e a saída destas famílias para área urbana das cidades. Alterando negativa e definitivamente como vimos hoje o relacionamento do ser humano com a natureza.  Deixando de lado a ligação sustentável que mantinha com o ambiente, onde extraía apenas o necessário para seu consumo não modificando nem destruindo o ecossistema de sua sobrevivência.

Todavia, o processo de uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos permitiu que a agricultura fornecesse mais alimentos para suprir a demanda humana, animal  e industrial.  Entretanto além de promoverem o aumento significativo da produção de alimentos, o que fora relativamente necessário e importante também se tornou outro problema.
O seu crescente uso na produção agrícola projeta o descarte de milhares de embalagens residuais com alto teor de contaminação de solo e mananciais além de prejuízos a saúde humana. Seu uso contínuo e indiscriminado sem o devido acompanhamento técnico contribui para desenvolvimento de pragas resistentes e aumentos dos problemas com. Isso tudo caminhou para originar maiores pesquisas para minimizar tais impactos ao meio ambiente.

O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV), foi um órgão que colaborou muito para colocar hoje o Brasil como referência mundial na destinação final correta das embalagens fitossanitárias usadas, frente a Países como Alemanha, França, Japão e Estados Unidos.   No Brasil, das embalagens recolhidas, 92% são recicladas onde se transformam em tubos de esgoto. Vimos que iniciativas adequadas podem contribuir para a produção sem desequilibrar o ecossistema.
Foi um trabalho de conscientização  e união,  que prosperou com  iniciativas  de  toda a  rede produtiva nacional , incluindo os agricultores,  a distribuição, a  indústria e o poder público, esse último com a premissa de garantir enquadramento dentro da    Política Nacional de Resíduos Sólidos , de responsabilidade compartilhada e da  logística reversa.

Isso trás ao cerne que quando há real interesse para solucionar problemas, existe mobilização para que impactos ao meio ambiente sejam mitigados, promovendo iniciativas não só paliativas e pontuais, mas com decisivo interesse de cortar o problema pela raiz.
A união de toda a rede produtora foi o verdadeiro motor que levou o Brasil a esta consagração de pioneirismo frente a países ricos e que enfatizam organização e estruturação na sua produção agrícola. Porém Brasil é pioneiro em outros rankings negativamente, pois se encontra também entre os Países que mais consomem agrotóxicos,  sendo 5,2 litros a cada ano por habitante.

As discussões devem sempre aconchegar todos interessados, porém devem ser conduzidas por técnicos e cientistas capacitados a evidenciar o que será benéfico ao ambiente e definindo o melhor caminho para preservar o planeta da destruição sem comprometer a subsistência e  saúde humana.

 O homem tem por costume ambicionar o lucro acima de tudo esquecendo-se que essa Terra é nossa única morada ao menos até que provem o contrário. E demonstra também pouca preocupação com a saúde mundial oferecendo alimentos com potencial venenoso no uso exagerado de agrotóxicos tudo pela ambição do lucro fácil sem medir conseqüências atuais e futuras. E nisso ficamos nós consumidores, cercados  tanto pelo alto custo dos produtos orgânicos  (mais saudáveis) ou dos envenenados por agrotóxicos...


Documentário "O veneno está na mesa" por Silvio Tendler.
Pobre tem que comer veneno, orgânico é para rico!

2 de setembro de 2011

EXEMPLO DE DEDICAÇÃO


Adriana Teixeira Simoni


Você conhece um ser que trabalha 365 dias por ano,  que não descansa nem em feriados  tão pouco aos   finais de semana e que não tira   férias ?

Se fosse invertida essa frase totalmente, o que ficaria assim: - Você conhece alguém que NÃO  trabalha a maior parte dos  dias do ano, desfrutando  de folgas   praticamente a partir do meio da semana,  seguindo pelo  final de semana  além dos feriados e o fantástico  direito aos recessos em Janeiro e Julho  e ainda assim garante um fabuloso ordenado ?  A Resposta seria a maioria dos  Políticos Brasileiros. Essa  foi fácil.

Voltando a um assunto mais sério, o  operário que trabalha 365 dias por ano sem nada em troca é a ABELHA, esse inseto  da ordem Hymenoptera  que  trabalha prazerosamente  como uma  escrava .
As abelhas são mão-de-obra barata para a agricultura promovendo o aumento da produtividade bem como a qualidade de grãos , frutas e  legumes, pois é  um agente polinizador por natureza . No Brasil isso tem sido dedicação de alguns pesquisadores na UNESP/Jaboticabal-SP direcionando  a pesquisa de uso  para o aumento da produção de laranjas.
A  apicultura,  a mais conhecida cultura das abelhas, processo da retirada do mel, a cera e o própolis por elas fabricado, passou a ser uma atividade secundária  em outros paises  pois, preconizam o  uso das abelhas  na polinização alugando-as,   o que colabora lucrativamente com o  aumento da produção agricola.  Uma lástima que o Brasil não se  utiliza desse recurso em alta escala.
As abelhas não são o único inseto polinizador, porém ela se destaca por sua fidelidade alimentícia, pois ela se dedica a uma plantação até não existirem mais flores. Por isso,  quando vamos comprar MEL vemos nos frascos que há mel de flor silvestre, flor de laranjeira, flor de eucaliptus , enfim,  os demais insetos  se furtam desse compromisso e passeiam por diversas flores  comprometendo os polens que carregam e a efetiva polinização. Outra vantagem das abelhas é a possibilidade de serem  controladas.
Existem várias espécies de  abelhas,  como  Apis mellifera a mais comum  em todo o mundo,  a dócil jantaí (Tetragonisca angustula) que muitas pessoas criam em casa numa caixinha, mel muito saboroso e   a nordestina uruçu (Melipona scutellaris.
Porém para não prejudicar estas dedicadas trabalhadoras e o futuro da alimentação do planeta devemos protegê-las, pois, agrotóxicos aplicados na agricultura e mesmo a poluição tem colaborando para o sumiço desse polinizador fantástico e lucrativo,  podendo  causar uma catástrofe alimentar diminuído drasticamente a produção de alimentos na lavoura.




“Todos nós deveríamos ter uma inteligência ecológica a exemplo das colônias e   
dos enxames de insetos”. (Johannes Gierse)





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