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27 de outubro de 2014

DILMA E A QUESTÃO AMBIENTAL AGORA ?





Mais quatro anos. De quê?


por  Gerry Marcio Sozza 

Depois de disputa acirrada, os eleitores decidiram que Dilma irá passar mais quatro anos sentada na cadeira da presidência da república. Para a questão ambiental, a pergunta que fica é: teremos mais quatro anos de atrasos? A julgar pela falta de compromissos da presidente durante as eleições, é bem possível que sim. 

Dilma negou-se a apresentar propostas durante as eleições. Revelou apenas que continuaria a fazer o que já havia realizado em seu primeiro mandato. E isso pode ser uma péssima notícia para a área ambiental. 

No comando do Brasil, Dilma teve uma gestão que fez o país andar na contramão da proteção à natureza. Foi de sua caneta que saiu a assinatura que sacramentou a anistia à criminosos ambientais contidas no novo código florestal. Como resultado, a queda do desmatamento na Amazônia foi interrompida e, na medição do último período, o país contabilizou um aumento de 29% na destruição da floresta. Dados recentes do INPE apontam que esse ano temos um nova tendência de alta. 

O atual governo deixa correr solto no Congresso Nacional projetos de lei que colocamem risco Unidades de Conservação e Terras Indígenas, mecanismos que são comprovadamente os mais eficientes na preservação das florestas. A preocupação com o tema se agrava ao verificar que Dilma foi um fracasso quando o assunto é criar novas unidades de conservação no país. Para efeito de comparação, em seus primeiros mandatos, Lula criou 20 milhões de hectares de florestas protegidas e Fernando Henrique outros 8 milhões. Dilma não chegou aos pés de nenhum deles, empacada na casa de 0,7 milhões de ha., muitos dos quais realizados há poucos dias, no calor das eleições. 

No cenário internacional, o país deixou de lado o importante papel que desempenhava nas discussões de proteção florestal para ser protagonista de cenas lamentáveis. Em recente reunião da ONU, o governo brasileiro se negou a assinar a declaração de Nova Iorque, documento que pede o fim do desmatamento em escala mundial. A declaração conta com 150 assinaturas, entre elas 20 estados, 40 empresas de atuação global e mais de 32 países. O governo apresentou como desculpa o fato de que não conhecia o documento. Países como Togo, Libéria, Etiópia, França, Alemanha e Estados Unidos conheciam e assinaram o documento. 

Os problemas com a agenda ambiental continuam quando o tema é a geração de energia. Apesar de alardear mundo afora que o país investe em energia renovável, o Plano de Expansão Decenal de Energia, anunciado em setembro, prevê que 70% dos investimentos do setor serão voltados aos combustíveis fósseis. Para as renováveis, como eólica, solar e biomassa, serão apenas 9,2% e, para os biocombustíveis, só 6,5%. Quase metade dos investimentos previstos para a expansão da eletricidade instalada está voltada para grandes hidrelétricas, a maior parte delas na Amazônia, que trazem enormes impactos socioambientais e tem sua viabilidade econômica contestada. 

Tais decisões só aprofundam o quadro de crise energética para a qual caminha o país. Houve aumento médio de 30% na conta de luz dos brasileiros. Para o meio ambiente, a conta nos últimos quatro anos foi de um aumento de 500% das emissões do setor elétrico de gases que aquecem o planeta. As soluções para tais problemas, como a Energia Solar, que poderia abastecer mais de dez milhões de residências, gerar mais de 200.000 empregos e baixar tanto a conta de luz quanto o custo ambiental do país, é vista pela presidente como energia de pouca importância. 

Nos últimos quatro anos, as emissões brasileiras de setores como indústria, energia e agropecuária nunca pararam de aumentar. O transporte público mais que dobrou suas emissões nos últimos dez anos, além de contabilizar prejuízos à população na ordem de 100 bilhões ao ano devido aos engarrafamentos e ao transporte coletivo vergonhoso. Boa parte desse prejuízo deve-se à escolha de investir desenfreadamente em transporte individual em detrimento do transporte público. Prova disso é que dos cerca de R$150 bilhões prometidos nos últimos anos para mobilidade urbana, apenas 30% foi de fato convertido em melhorias para a população. 

No balanço final de seu primeiro mandato, as políticas adotadas por Dilma colocam a diminuição do desmatamento na Amazônia sob séria ameaça, e apresenta uma visão míope e viciada na questão energética e de mobilidade urbana, ignorando os riscos do modelo atual tanto quanto ignora o potencial de fontes de energia como o vento e o sol, abundantes no país mas abandonados pelo atual governo. 

Dilma não disse o que fará nos próximos quatro anos. Mesmo assim será cobrada diariamente pelo compromisso de garantir um futuro mais digno e de maior responsabilidade com o meio ambiente. 
GREENPEACE BRASIL
Gerry Marcio Sozza - Ciberativista Greenpeace

10 de novembro de 2010

NAGOYA X KYOTO



Adriana Teixeira Simoni

Parece que vou falar sobre competição de dois times de futebol, pelo título, mas não vou falar nem futebol  nem de competição. Muito pelo contrário gostaria de falar em UNIÃO.

Dia 29 de outubro encerrou-se a  Conferência global sobre a Biodiversidade em Nagoya (Japão) e parece que com boas perspectivas aos paises em desenvolvimento.
Havia uma expectativa de mudanças relativas ao uso da biodiversidade e neste encontro criou-se um protocolo mundial de uso das diversidades biológicas impondo a  necessidade de consentimento do país detentor do animal, planta ou gene, e que seja também reconhecido o criador de  tecnologias a partir do uso de qualquer  espécie nativo  com divisão de lucros oriundos desta tecnologia ou de outras .

Enfim, é muito gratificante ver-se conferências proporcionarem mudanças e regulações que venham a proporcionar melhor entendimento e também, que propicie principalmente no que diz respeito a biodiversidade de cada país, melhor  proteção, evitando assim o uso indiscriminado por outros paises de espécies nativas de um vizinho sem dar-lhes os devidos créditos.

E que  o Brasil se embrenhe por pesquisas e criações de novos produtos, medicamentos e outros onde nossa belíssima e grandiosa biodiversidade tem para  oferecer. E que este protocolo de Nagoya  permita também cobrar direitos de uso de plantas e outros já utilizados sem os devidos consentimentos. Que amplie como assinado no protocolo as áreas que devem ser preservadas dentro do nosso país.

Agora a torcida será  para que  o protocolo de Nagoya possa unir forças com protocolo de kyoto que defendeu a diminuição de emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global e sendo assim, enquanto um estabelece regras e metas sobre o uso da biodiversidade o outro diminuição de gases nocivos,  o protocolo de Nagoya  pode também abrir precedentes para negociações entre os paises como aconteceu  no mercado internacional de  emissões de carbono.

Essa partida não é a das melhores, mas vendo por um olhar preservacionista , ela corre para preservar o que ainda existe de bom e tenta eliminar o que é de ruim,   por isso  creio  que o  vencedor será  a biodiversidade , pois preservando-a e eliminando o que lhe abafa não será possível  nem o  empate.


Adriana é  estudante de graduação em  Serviço Social com interesse socioambiental.
Publicado no Jornal "O Popular" de Mogi Mirim-SP em 10/11/2010

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