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1 de março de 2013

O LIXO QUE VIRA ENERGIA




Por André Trigueiro


 
A demanda por energia no mundo cresce de forma tão preocupante quanto o volume de lixo. Harmonizar de forma inteligente essas curvas de crescimento constitui um dos grandes desafios tecnológicos da atualidade. Essa é a razão pela qual vem crescendo rapidamente o número de países que investem no aproveitamento energético do lixo. São basicamente duas as rotas tecnológicas empregadas para alcançar esse objetivo: a queima direta dos resíduos (waste-to-energy) ou a queima do biogás produzido a partir da decomposição da matéria orgânica do lixo.
Existem hoje no mundo aproximadamente 1,5 mil usinas térmicas que queimam o lixo para gerar energia ou calor. O Japão, o bloco europeu, a China e os Estados Unidos lideram o ranking. No Brasil, não há térmicas com esse perfil em operação, embora alguns municípios estejam bastante interessados no assunto. A tecnologia é cara e o custo do megawatt-hora bastante elevado em relação à energia convencional. A vantagem é a transformação do lixo queimado a aproximadamente 12% de seu tamanho original em cinzas, que podem ser usadas (se forem inertes) como base de asfalto ou matéria-prima para a construção civil. Sem uma política pública que estimule essa fonte de energia com a redução de impostos e outros incentivos, ela continuará desprestigiada e marginal.

Ainda não está completamente superada a polêmica envolvendo a emissão de substâncias cancerígenas — dioxinas e furanos — que seriam liberadas a partir da queima do lixo. Nos países em que a combustão dos resíduos foi autorizada, o entendimento é de que a queima acima de 900º C eliminaria o risco de contaminação. Em alguns desses países, onde a consciência ecológica é maior — Alemanha, por exemplo — foram exigidas novas tecnologias que assegurassem a qualidade dos gases emitidos.
No Brasil — onde a disponibilidade de terra torna a opção pelos aterros menos complicada do que na maioria dos países desenvolvidos –, a exploração energética do lixo tem sido possível a partir da queima do gás do lixo, também chamado de biogás. A matéria orgânica descartada como lixo (especialmente restos de comida, podas de árvore e restos de animais e vegetais) leva aproximadamente seis meses para se transformar em metano, um gás combustível que agrava o efeito estufa. A simples queima do metano, sem nenhum aproveitamento energético, já assegura um benefício ambiental por transformar CH4 (metano) em CO2 (dióxido de carbono). O metano é de 20 a 23 vezes mais danoso para a atmosfera do que o dióxido de carbono.Na lógica do empreendedor, o retorno do capital investido se dá por duas vias: a emissão de créditos de carbono (quando uma certificadora da ONU mede a quantidade de metano queimado e converte esse número em papel com valor de mercado para os países ricos signatários do Protocolo de Kyoto que assumiram o compromisso de reduzirem suas emissões) e a venda de energia elétrica.
São Paulo (a cidade mais populosa e com o maior volume concentrado de lixo do país) largou na frente em 2004 instalando a primeira usina de biogás do país no aterro Bandeirantes. Depois, instalou a segunda no Aterro São João. JUNTOS, esses dois aterros (que já não recebem mais lixo) respondem por mais de 2% de toda a energia elétrica consumida na maior cidade do país. Em três leilões, foram vendidos mais de R$ 70 milhões de créditos de carbono, dos quais 50%, por contrato, ficaram com a Prefeitura. Uma receita extra, de onde muitos jamais esperavam receber um dia qualquer centavo.
Do outro lado da Via Dutra, no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o gigantesco Aterro de Gramacho (que até ser encerrado em junho do ano passado ostentava o título nada honroso de maior aterro de lixo da América Latina)  hospeda uma empresa privada que investiu mais de R$ 250 milhões para poder explorar o biogás acumulado em quase 35 anos de lançamentos diários dos resíduos do Rio de Janeiro e de boa parte da Região Metropolitana. Por contrato, a empresa se comprometeu a fornecer para a Refinaria Duque de Caxias (da Petrobras) 70 milhões de m³ de biogás por dia pelos próximos 15 anos. Esse volume de gás, que seria suficiente para abastecer todas as residências e todos os estabelecimentos comerciais do Estado do Rio, vai suprir 10% da demanda energética da Reduc. O biogás será retirado com a ajuda de 300 poços (260 já foram instalados) que bombearão o combustível até uma estação de tratamento construída no próprio aterro. Ali o gás será limpo, seco e bombeado através de um gasoduto de 6 km de extensão até a refinaria (pelo menos 1,2 km de tubulações passarão debaixo de áreas de mangue e rios). A operação será iniciada ainda neste primeiro semestre.
Num país que gera 182.728 toneladas de lixo por dia, dá pra imaginar o que isso significa em termos de energia? Pelas contas do Ministério do Meio Ambiente, considerando apenas os 56 maiores aterros do país, o biogás acumulado seria suficiente para abastecer de energia elétrica (311 MW/h) uma população equivalente à do município do Rio de Janeiro (5,6 milhões). O cenário para 2020 aponta uma produção ainda maior de energia (421 MW/h) , suficiente para abastecer quase 8,8 milhões de pessoas, a população de Pernambuco.
Em outro estudo lançado esta semana pela Abrelpe (Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) se deteve na análise de 22 aterros sanitários que já manifestaram interesse explorar o gás do lixo. Segundo o “Atlas Brasileiro de Emissões de GEE (gases de efeito estufa) e Potencial Energético na Destinação de Resíduos Sólidos”, o biogás estocado nesses aterros (280 MW/h) poderia abastecer 1,5 milhão de pessoas. Para isso, seriam necessários investimentos de aproximadamente R$ 1 bilhão. Até 2039, esse potencial poderá chegar a 500 MW/h, o suficiente para abastecer 3,2 milhões de pessoas, o equivalente à população do Rio Grande do Norte.
Embora o Brasil necessite importar dos Estados Unidos a microturbina que transforma o biogás em energia elétrica, aproximadamente 80% das instalações contam com equipamentos fabricados no Brasil. É consenso entre os especialistas do setor que o Brasil deveria estimular o aproveitamento energético do lixo com uma política pública específica, que desonerasse os custos e estimulasse novos investimentos.
Em um país onde a produção monumental de lixo gera enormes impactos socioambientais, a geração de energia elétrica a partir dos resíduos é uma ideia que merece atenção, investimentos e um ambiente de negócios favorável à inclusão do biogás em nossa matriz energética.

1 de fevereiro de 2011

Belo Monte e Novo Código Florestal: DUAS PERMISSÕES PARA DESTRUIÇÃO

A SEREM COMBATIDAS!




Adriana Teixeira Simoni

Ouve-se  muito o ditado popular  “Despir um santo para vestir outro”. Na qual traduz ao entendimento de que não é  viável tal atitude, pois não se consegue  resolver o intento desta forma. E sendo assim, gerar energia de um lado  e criar um monte de problemas socioambientais de outro, não é o caminho mais sustentável a seguir.

Seria  este o intuito da licença parcial de Belo Monte, a  da  construção no Rio Xingu, no  estado do Pará,  da  terceira  maior Usina Hidrelétrica  do mundo , com intuito de  escalpelar  uma floresta, desabrigar centenas de povos indígenas, condenar um rio e toda uma biodiversidade para resplandecer como a  maior usina , a maior obra,  um exemplo de crescimento para figurar nos relatórios do PAC ?

Devemos decapitar essa permissão prévia, devemos vos unir contrários ao início  dessa destruição e  a esse retrocesso do crescimento, pois terras foram atribuídas a povos indígenas a pouco e já  querem novamente  desalojá-los , querem destruir um ecossistema de anos, desestruturar a vida de  ribeirinhos e afundar um tanto de história e esperanças, tudo  a troco de enaltecer egos e enriquecer  abutres investidores e  financeiros ao custo  da nossa  natureza, além de abrir precedentes a outras instalações maléficas ao meio ambiente .  BASTA!

Não existe só esta forma de gerar energia,  ademais  com um investimento  tão alto e de pouco retorno energético e com grande  geração de problemas socioambientais para esta região, além também  de problemas jurídicos,  devido a falta de transparência desde o inicio, outras formas e modelos de gerar energias mais limpas e menos destrutivas  como exemplos  a seguir de outros estados,  com menos custo e menor comprometimento ambiental, seriam o  melhor e mais responsável  investimento,  porém,  nem em discussão colocam tais possibilidades. É a farra das empreiteiras,  do  dinheiro público entre outras esferas e políticas públicas mal aplicadas  que prejudicam andamento de interesses que realmente respondem pela sustentabilidade andando as avessas da democracia.

Além desse intento a ser barrado, -  a construção de Belo Monte - se isso  não bastasse, ainda temos que nos unir também contra um código florestal  que está prestes e  determinantemente a ACABAR de vez com nossas florestas com explicações absurdas para sua aprovação, justificativas irresponsáveis  de latifundiários e outros .
As  declarações de técnicos e pesquisadores  ambientais que outrora  não foram consultados para  a elaboração deste  Novo código florestal, reforçam de que esse  código irá condenar o que ora já se encontra em estado crítico pois o Novo código Florestal é uma grande carta de alforria aos que já cometeram crimes ambientais e que ficam a deriva de recursos , prontos  e livres a continuarem a devastação,  enquanto a natureza, ah! Essa coitada se dizima, se entrega assoreando rios e em  avalanches comprometendo  e ceifando vidas e a dela  própria. 



Veja aqui  uma retrospectiva sobre o projeto Belo Monte desde 1997 até 2011.

CÓDIGO FLORESTAL  
Entenda o que está em jogo com a   reforma da nossa legislação ambiental



Abaixo assinado       contra BELO MONTE   acesse e  participe!    https://secure.avaaz.org/po/pare_belo_monte/?cl=913584350&v=8189

Abaixo Assinado     SALVE O CÓDICO FLORESTAL BRASILEIRO



Outras postagens interessantes sobre o movimento contra Bemo Monte:
http://paper.li/tag/BeloMonteNão



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