3 de março de 2012

UMA DISPUTA PELA VIDA


Adriana Teixeira Simoni


A sobrevivência do planeta concorre à batalha da fome. O crescimento populacional é de 80 milhões ao ano e já chegamos a sete bilhões de pessoas. E toda essa gente precisa comer e a produção de alimentos precisa acompanhar esse crescimento.

A demanda por alimentos já chegou a dar um alivio a humanidade quando foi amplamente promovida a produção de grãos, mas a crescente demanda por carne e combustíveis fósseis corrompe essa estimativa.

Hoje o aumento da renda nos países emergentes fará com que o consumo de alimentos se eleve e com isso virá a necessidade do aumento da produção alimentícia, que logo levará de encontro a uma disputa entre o planeta e a sobrevivência humana, o que favorecerá a uma grande vulnerabilidade tanto para a humanidade quanto aos recursos do planeta.

A produção alimentar é responsável por um terço de toda a emissão de gases do efeito estufa, além da possível exaustão dos nutrientes causada pelo uso freqüente de fertilizantes  o que eleva a perda de biodiversidade preconizada pelos grandes latifúndios destinados a agricultura que devastam florestas protegidos por maledicente código florestal. Ainda há outros grandes impactos sobre os ecossistemas terrestres: como a mudança no curso de rios e a própria poluição, o que colabora para entrarmos numa era preocupante entre a vida humana e a escassez de recursos para prover a fome dessas pessoas.

Atentos a esse desequilíbrio alguns países da liga OCDE - Organização para a cooperação e o desenvolvimento econômico tem intensificado o desvinculamento do crescimento econômico do uso dos recursos naturais, promovendo assim um consumo mais sustentável preconizando a diminuição de perdas e acreditando no uso racional.

Sendo esta a forma mais prática de diminuir a pegada ecológica e permitir que a vida humana conviva em harmonia com o ambiente, as iniciativas e negócios devem sempre estar ligados a preservação ambiental e na eficiência no uso dos recursos permitindo o equilíbrio destas duas vidas, a humana e a ambiental.

Porém aqui no Brasil estamos fugindo um pouco deste equilíbrio haja vista os debates ao redor do novo código florestal. Nessa última aprovação acaba-se colocando as nossas APPS em vulnerabilidade, pois permitem produtores rurais avançarem ou flexibilizarem nas áreas  de preservação permanente a título de aumentar a produção agrícola. Precisamos combater  essas flexibilizações e incentivar realocação de áreas improdutivas ou destinadas a pecuária apenas para garantir movimento produtivo na propriedade rural e evitar assentamentos de movimentos por propriedade de terra.

Parece mentira, mas essa perspectiva de crescimento populacional maior que as possibilidades da produção foram citadas por Thomas Robert Malthus em 1798 onde dizia que a população crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética.  A única falha de Malthus, no entanto foi não ter contabilizado as possibilidades tecnológicas que viriam incrementando as possibilidades  da produção que também crescem em progressão geométrica.

Mas nessa disputa pela sobrevivência do planeta e o combate a fome humana é só uma prova do que ainda poderá nos assolar em problemas futuros com o andar de nosso uso dos recursos do ambiente e nossa insustentável forma de viver. Precisamos mudar hábitos e esses... são complexos! Precisamos sentir a água bater no queixo e nos sentir ameaçados, isso pode ser tarde demais....


25 de fevereiro de 2012

DINHEIRO FAZ CRESCER COMO ADUBO


Adriana Teixeira Simoni

Nada mais animador que falar de dinheiro e crescimento. Imagina um montante de onze toneladas de cédulas de Reais. Dá pra ficar rindo a toa e até pensar em acender cigarro com nota de cem reais, isso pra quem fuma, não é meu caso, quem sabe acender uma lareira no inverno. Enfim, dinheiro desenvolve a imaginação rapidamente e sonhar com o que pode ser comprado com todo este dinheiro, chega a ser melhor que ser político brasileiro, não tem nem o desgaste da campanha.

Porém o  único inconveniente para esse sonho  todo é que  essas onze  toneladas são de cédulas picadas em pedacinhos menores do que 8 milímetros que serão misturadas  a um composto orgânico na porcentagem de 10 %  do total entre restos de frutas,legumes, folhas e palha para se transformar em adubo. Realmente já foram dinheiro de verdade já passearam na mão de muita gente e também fizeram falta na mão de outras tantas até ficarem  irreparáveis e impróprios para permanecerem em circulação.

Mensalmente o montante de notas de reais que saem de circulação em todos os nove pólos do Banco central do Brasil chega a 115 toneladas a um gasto anual para produção desse papel moeda de R$ 30 milhões. É muito dinheiro para fazer dinheiro. Por isso o Banco central está sempre investindo em novos materiais tanto para proteger nossos Reais de serem falsificadas bem como para tentar fazer com que os mesmos permaneçam mais tempo em circulação nas mãos dos brasileiros, o que dessa forma diminui gastos com sua própria produção, só falta dar um fim nas explosões de caixas eletrônicos.

Não é de hoje que os pais sempre orientam as crianças para quando peguem no dinheiro não ponham a mão na boca e outras antigas atenções familiares. O fato que as notas possuem grande quantidade de metais pesados em sua composição que podem acarretar em problemas ambientais sérios no seu descarte.Mas quando misturadas a proporção de 10% não acarretam problemas.

Antes desse projeto as notas eram despejadas depois de trituradas em aterros sanitários, porém com um convênio firmado em 2010 entre o Sindicato dos Funcionários do Banco Central, o Banco Central, a Secretaria de Estado de Governo e a Universidade Rural da Amazônia foi iniciado um projeto de produção de adubo orgânico numa ação socioambiental destinando o adubo para agricultura familiar proporcionando menor impacto ambiental e uma implementação de recursos as famílias participantes.

No entanto, o adubo, ainda está sendo usado apenas para testes e para nutrir hortas plantadas na própria sede  do Ceasa de Belém, aguardando a certificação  pelo Ministério da Agricultura, para depois incluir as famílias no projeto.

A iniciativa partiu dos funcionários do Banco Central de Belém-PA, porém a idéia é expandir para todo Brasil aproveitando o potencial da celulose descartada nas nove regiões onde o Banco central atua. Todavia a ideia já desencadeou interesse internacional onde Banco Central da Angola manifestou interesse em implantar projeto semelhante. Existe algo similar em outros países, mas não com a iniciativa social envolvida, apenas relacionada com a questão ambiental.

Dinheiro é sempre bem vindo até mesmo em forma de adubo, afinal se ele fizer crescer a plantação na mesma velocidade com que a inflação cresce, já dá pra ficar feliz.

18 de fevereiro de 2012

SAMBA SUOR E SUJEIRA



Cinco dias de festas onde  a conta fica para nosso planeta...



Adriana Teixeira Simoni

De Paris aos dias atuais, o Carnaval continua o mesmo deleite dos prazeres da carne, onde nesses dias de festa tudo está liberado, desajustes de comportamento parecem não estarem tão inadequados.  Logo, como a moral e os bons costumes ficam em casa, a bebedeira também está solta bem como a vergonha e o acanhamento. Viva o Rei Momo viva o Deus Baco e que a chave da cidade abra as festanças para alegria dos foliões.

Desfrutar da companhia de amigos, dar muita risada, paquerar, namorar, beijar e outras infinidades de verbos que representam alegria de estar vivo e brincando carnaval. Nada contra, também gosto, mas creio que há certo exagero cometido nessa época, onde as pessoas passam dos limites que o próprio corpo suporta tudo a título da liberdade de aproveitar até o último minuto de festa como se fosse a última de suas vidas, e às vezes até é...

Enfim festas, feriados, comemorações, shows, praia lotada é sinônimo de excessos. Nesses dias de carnaval de rua e desfiles além do samba a sujeira também desfila e é possível encontrar toneladas de lixo espalhados ao amanhecer das redondezas onde o carnaval passou, até mesmo nos espaços pagos como na Marquês do  Sapucaí no Rio de Janeiro ou no Sambódromo em São Paulo.  Agora me pergunto, onde vamos parar com isso? Ninguém sabe... Isso também me preocupa e a você? Deixa pra lá hoje é carnaval...

Esse fato ocorre independente da existência de lixeiras ou não. A sociedade quando em festa só pensa na diversão e o que menos importa é se tem lixeira. Bom o que pode se esperar de multidões assim é isso mesmo, a locomoção entre as pessoas é difícil e acaba sendo mais fácil a alternativa “jogar ao chão” do que buscar a lixeira. Qual seria a solução além da educação? Talvez um comportamento menos consumista, já que gosta de festa, curtir a festa sem cometer os excessos com a bebida com conseqüente diminuição da geração de lixo. Será possível tal comportamento no carnaval?

Recordo-me de ter lido algo numa matéria sobre carnaval em Salvador que dizia que os catadores recolheram 50 toneladas de lixo reciclável em 2011 (separados para venda) nos dias do Momo em Salvador, achei pouco, pois é uma festa estendida e percorre a cidade com multidões atrás de carros elétricos de som , apesar que, parte desse lixo vai parar no mar algo ainda mais desastroso para a natureza.

É previsto para 2012  que  Rio de Janeiro e São Paulo devam aumentar   ainda mais  o total de  lixo recolhido,  pois em 2011  foram  849 toneladas  recolhidas nos 5 dias de carnaval no Rio e 463 toneladas no Sambodromo em São Paulo . O importante é que todo esse lixo seja  recolhido e separado,  gerando renda a famílias de catadores, proporcionando um ótimo destino para o lixo e  diminuindo a contaminação  ao meio ambiente .


Já que é para sambar quero me acabar fantasiada com uma máscara sambando  num carro alegórico camuflado de floresta amazônica desfilar numa fantasia  chamada de Desejo Sustentável sentada a beira de uma corredeira onde  fulge límpida água representando nossas reservas de água doce. Carnaval é isso... Cada um fantasia o que quer... Só o lixo   que é sempre  tratado  como  lixo!

Lixo e carnaval 2011:



11 de fevereiro de 2012

MADEIRA LEGAL



Adriana Teixeira Simoni

O uso da madeira na construção civil ainda não dá para ser substituído completamente, mas caminha para se tornar sustentável quando impulsionado ao uso de madeira legal. Uma madeira que segue todos os princípios da sustentabilidade sem desmatar e com manejo adequado, porém com preço compatível com o impacto gerado à natureza. Lógico que se é legal tem um preço que confere sua legalidade mal se comparando ao CD original e ao pirata.

O Estado de São Paulo consome 15% da madeira amazônica sendo que 70% são utilizadas na construção civil. Portanto, é importante ser vigiada essa cadeia de consumo entre Estados, Municípios e construtoras, para que programem maior controle sobre a madeira utilizada, viabilizando nas políticas públicas formas de eliminar o uso de madeira ilegal e preservar nossas florestas. Pelo menos essa é a maneira ideal e mais legal.

Nossa biodiversidade, para se manter equilibrada não pode perder nem uma espécie, pois a falta dessa pode comprometer todo o ecossistema onde toda intervenção provocada pelo homem no meio pode desenvolver conseqüências sociais, econômicas e culturais extremamente danosas, com comprometimento difícil de mensurar. Por isso há essa busca incansável dos ambientalistas em promover a preservação de toda a biodiversidade para garantir a vida perene ao planeta.

E sendo assim, esse programa  Madeira é Legal! Difundido pela WWF-Brasil em parceria com o Governo de São Paulo, trás grande incentivo ao comércio de madeira legal dentro do Estado e atua como um dos principais agentes reguladores e indutores da preservação dos recursos florestais.

Para enfrentar esse desafio, é preciso reverter padrões históricos de exploração não-sustentável dos recursos naturais na região amazônica, que gerou conflitos sociais e que acabou por beneficiar apenas uma minoria da população.Todavia o que mais engrandece o programa “Madeira legal” é que ao viabilizarem manejo e reflorestamento de forma adequada e efetiva na direção da preservação florestal contribuem para a redução do efeito estufa, contabilizando maior estoque de CO2. Além de, dentro desta cadeia, as empresas receberem orientações para reconhecerem a verdadeira madeira legal ao comprá-la, e não serem ludibriados pela ilegalidade que dizima nossas florestas.

Esse programa se qualifica ao entrosar por elos, ligando o setor produtor, o terceiro setor e o consumidor final de uma forma bastante interessante. Enquanto cobra uma série de regularidades junto a órgãos governamentais e preservacionistas ele também exige um comprometimento dentro do Estado gerando assim um ecossistema comercial que preconiza e incentiva o uso da madeira legal ao mesmo tempo em que garante para o produtor o retorno do investimento que fez ao promover a exploração racional e sustentável da floresta.

Isso sim é uma maneira de pensar no planeta de forma sustentável, garantindo à biodiversidade, manutenção de seus ecossistemas embora nos cedendo alguns de seus recursos naturais.

Mais sobre o assunto:

4 de fevereiro de 2012

SUFOCO DE QUEM?



Adriana Teixeira Simoni

A questão recente e muito discutida sobre a distribuição gratuita ou restrição das sacolinhas nos supermercados é extremamente mais abrangente do que se apresenta, onde nessa campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco” a iniciativa aparece travestida de aspecto ambiental sem o ser inteiramente, pois é bem possível haver  outros fatores embutidos nessa iniciativa  verde.

Hoje é possível encontrar comentários, discussões e entrevistas em todos os meios de comunicação visando colocar a sacolinha como a vilã de toda a  problemática  ambiental na questão do lixo plástico, atribuindo a mesma muito mais responsabilidades do que lhe cabem em comparação a todo o plástico que consumimos.

Do ponto de vista ambiental a sacolinha não é a vilã como a APAS - Associação Paulista de 
Supermercados tenta lhe atribuir, afinal a sacolinha não é totalmente descartável, pois apresenta duas utilidades que são carregar as compras até sua casa e depois para destinar o seu lixo para a coleta urbana, onde 88% da população utiliza a sacolinha com esse fim.  Logo ela é reciclável trazendo ao consumidor economia ao deixar de comprar o saco preto de lixo que também é de plástico e demora o mesmo tempo para se desfazer na natureza.

Entretanto é bom salientarmos que a educação tanto para nos servir da sacolinha na boca do caixa bem como a consciência de como proceder com o seu descarte é algo que devemos valorizar e que acima de qualquer interesse comercial a EDUCAÇÃO é o que realmente fará com que seja garantida a sustentabilidade planetária. E levar sua própria sacola tem um fundamento ecologicamente correto também. E se faz necessário saber que essa iniciativa de abolir a sacolinha vem ocorrendo em muitos países.

O que gostaria de lembrar é que o plástico já faz parte da vida diária de todos no planeta, porém o que ainda falta é a EDUCAÇÃO para lidar com o que o plástico nos oferece. Ele está presente para nos facilitar a vida, proporcionando higiene e proteção. No entanto atribuir à sacolinha toda a carga de problemas nos aterros sanitários e lixões é algo extremamente vil.

A sociedade deve estar empenhada e consciente que somente com a sua colaboração é possível minimizarmos os problemas ambientais relacionados com o lixo gerado pós-consumo e não só com a sacolinha.. A solução correta para isso envolve também o governo, disponibilizando coleta seletiva por todos os cantos e desta forma a sociedade não encontraria razões para agir descomprometida com os resíduos que produz.

Analisando os interesses em jogo entre meio ambiente, comércio, governo e consumidor me parece que a causa propriamente dita, a preservação ambiental, está em segundo plano onde o consumidor é o protagonista único nessa missão. Ao vincular a campanha de cunho ambiental somente onerando o consumidor leva a dúvidas quanto a real seriedade dos propósitos dessa campanha.

Vejam bem, se os supermercados gastam por ano cerca de 200 milhões na compra das sacolinhas para distribuição “gratuita” aos consumidores e deixam de ter esse gasto, seria interessante designarem essa economia em investimentos para solucionar definitivamente a logística reversa dos resíduos pós-consumo que chegam as nossas casas via supermercado em forma de embalagens recicláveis, fato que não pude encontrar em nenhuma discussão sobre o assunto, qual seria o destino dessa economia dos supermercados.

Provavelmente alguém vai lucrar com essa campanha e não é o consumidor, pois esse terá de pagar pela sacolinha além de comprar o saco plástico para dispor seu lixo doméstico.  Enquanto o consumidor garante o comportamento ecologicamente correto e continua bancando o lucro dos supermercados que não estão se importando com os recursos naturais do planeta e a sustentabilidade, o ambiente, esse continuará no sufoco!

28 de janeiro de 2012

DÉBITOS E CRÉDITOS


Adriana Teixeira Simoni

A composição atmosférica de períodos em períodos se modifica causando extremos no clima da terra. Houve épocas que a terra era um sorvetão imenso com muito gelo e os vulcões tratavam de aquecer a terra expelindo dióxido de carbono. Porém desde a revolução industrial os vulcões se acalmaram e a chaminé do crescimento e do progresso vem despejado gás carbônico na atmosfera em quantidades muito maiores que a natureza fazia controladamente através dos vulcões. Hoje, esse componente calórico, os gases estufa, viraram problemas mas também valor de negociação.

Desde 2005 com a assinatura do protocolo de Kyoto que deve ser estendido até 2020, países desenvolvidos se comprometeram a diminuir em 5 % suas emissões em relação a marca de 1990 e necessitariam mostrar essa redução de 2008 a 2012, fato em que o Brasil não estava incluído, pois não faz parte das nações em desenvolvimento apesar de ser um dos 20 Países mais poluidores e com um agravante: Brasil colabora com emissões ligadas ao desmatamento, agropecuária e queimadas. Todavia o Brasil manifestou na reunião do COP17 compromisso em apoiar a prorrogação do Protocolo de Kyoto até 2020. E vivas ao novo código Florestal! Será que ele fará mudar algo positivo nesse quesito emissões de gases?

Atingir essas metas com o aumento populacional e o crescimento do investimento tecnológico para o aumento da produção é algo desafiador mesmo com o avanço tecnológico investido na diminuição da poluição, pois por mais que energias renováveis sejam estudadas e implementadas ainda assim é tímido seu avanço e a necessidade reconhecida pelas grandes nações desenvolvidas de colaborarem.

Durante a COP17 foi dito que 2011 foi um dos anos mais quente desde 1850, e tudo isso em razão da atividade humana, e esse cenário pode levar a mudanças profundas e irreversíveis ao planeta Terra e a vida humana, portanto não é o caso da opção não querer assinar o compromisso, e sim , se faz necessário o comprometimento imediato de todos países poluidores.

O valor econômico da proteção ao meio ambiente se estabeleu como algo promissor no mundo dos negócios. Eu em minha santa ignorância econômica confesso dificuldades para compreender tal processo apesar de parecer simples onde um país com altos níveis de emissão de gases na atmosfera pode pagar a outro país que esteja com esses níveis de poluição abaixo do limite comprometido e desta forma utilizando a Bolsa de valores ou de mercadorias negociam esses títulos. Quem passa dos limites de emissões de gases “ compra” o seu excesso de quem não poluiu tanto e que poderia ter poluído. Confuso não? Eu diria que parece uma forma de disfarce para o bem.

Esse tipo de valorização de gases de efeito estufa cria um novo mercado que envolve outra indústria, a indústria de projetos para diminuição de emissões. Onde busca nas empresas que não estão na lista negra disponibilizar seus créditos para serem negociados com as grandes poluidoras que não conseguem diminuir suas emissões.Confuso? Mas ainda parece trambique perante a natureza e a biodiversidade.

O assunto é complexo mesmo para uma coluna tão reflexiva proposta por mim. Porém o assunto se torna interessante para concluirmos que todo tipo de extração, seja ela dos recursos naturais ou dos recursos disponibilizados pelo desenvolvimento produtivo do país culminam em moeda corrente. Novamente o lucro em detrimento ao bem do planeta e da sociedade.

E essa moeda pode contabilizar tanto débitos onde se enquadraria na parte negativa do processo onde a indústria de produção exagera no uso dos recursos naturais devolvendo ao planeta só resíduo e os créditos quando advindos dos projetos ou implementações para conter a degradação ocasionada por essa mesma produção.

Porém, nesse ano em Junho teremos a Rio + 20 Conferência Mundial das Nações Unidas que terá como tema: "Economia verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza". Nesse encontro depois de 20 anos da Eco 92 trará discussões tímidas em menção as emissões de gases e o aquecimento global, portanto creio que os débitos estarão sem limites para ocorrerem contra nosso planeta mesmo apesar das discussões socioambientais estarem presentes nessa reunião, o saldo pode ser negativo.

Sendo assim, resta a nós da sociedade providenciarmos mais créditos advindos de práticas sustentáveis como por exemplo separar e destinar corretamente o nosso lixo, na economia da água e se possível divulgando e convidando o vizinho a participar dessa conferência para o bem da nossa comunidade resultando em créditos para o planeta inteiro.Eu estou dentro e você??

27 de janeiro de 2012

SACOLINHAS QUAL A MELHOR SOLUÇÃO?

Nossa, ando um tanto  exausta de ler tanta coisa  referente ao acordo para não distribuir mais gratuitamente a mau fadada SACOLINHA no comércio e principalmente supermercados.

Bom, na  minha opinião  esse processo de não distribuição gratuita  da sacolinha não trará  o retorno  ambiental  esperado, mas é uma forma imposta para mudança de hábitos.  O que é  muito bom! Eu defendo uma EDUCAÇÃO ampla e irrestrita para lidar com o  nosso próprio lixo e ter essa consciência já colabora bastante com o ambiente.

Acredito também que conscientizar a sociedade para escolher produtos com menos embalagem, pensar e LER antes de consumir   é algo que leva tempo e talvez não venha a ocorrer com muita rapidez pois as ações no Brasil não andam de mãos dadas. 
Existe nisso  tudo um pouco de tudo, chamo os psicólogos para explicar melhor. Implica no  sentimento de  não TER as coisas que  posso ( as vezes até as que não posso) , se autobloquear  ao consumo é algo complexo.

As redes sociais , grupos de ambientalistas e industria do plástico flexível  estão se engalfinhando por esse assunto com trocas de publicidades diversas contra e favor.
Eu  havia me recolhido para não fazer nenhum post a respeito, porém me incluo nos ambientalistas e também tenho minha posição a respeito.

Penso que a mobilização contra o plástico deve ser maior e geral abrangendo embalagens de isopor também. Difícil! Também acredito nisso, pois embalagens são necessárias sejam para comercializar os produtos  , levar a marca  e  principalmente  proteção a contaminação.

Outros tipos de embalagens em substituição as sacolinhas nos supermercados  como a gravura abaixo, condeno!! 

PAPEL apesar de se desfazer mais rapidamente na natureza ele  consome um absurdo de recursos para  ser produzido desfazendo a natureza, as nossas  florestas. Impossível , esse  foto/cartaz abaixo se precipitou sem fundamento com essas iradas colocações.
  




A conscientização para mudança de hábitos ao ir ao supermercado, levando sua própria sacola, carrinho, caixa é uma ótima forma de fazer a sua parte e não prejudica ninguém. Você pode  até não levar nada para carregar suas compras se estiver de  carro pode jogar as suas compras no porta malas numa caixa para isso ou soltas,  é uma solução e  em casa você dá um jeito.

O problema é que uma grande parte das sacolinhas de supermercado distribuidas gratuitamente tornam-se   em casa saco para colocar o lixo na rua para a coleta  urbana .  Ora, sem elas os consumidores   terão de ADQUIRIR sacos pretos para colocar seus lixos na rua, certo? Pois bem  sacos plásticos são de PLÁSTICOS logo irão para os aterros  e seu ciclo é bem semelhante ao do PLASTICO da sacolinha ao  se decomporem. 

Enfim o consumidor tem um pouquinho mais  de trabalho, muda de comportamento levando sua  própria sacola ao mercado porém gasta mais,  pois terá de comprar o saco  preto para  disponibilizar seu lixo na rua.


Algo errado aí, pois o AMBIENTE continua com o mesmo problema... Com o PLÁSTICO


Quando há uma desconcientização ou despreparo para embalar seus produtos com as SACOLINHAS DISTRIBUÍDAS GRATUITAMENTE o excesso delas  pode ser encaminhado a reciclagem afinal é plástico... Melhor aprender a ser razoável!

Já penso  bem melhor quanto  a distribuição gratuita das sacolinhas biodegradáveis,   pois serão igualmente utilizadas para embalar o lixo e se degradarão em menos tempo, resolvendo  assim mais a contento essas discussões e não onerando o consumidor "diretamente"  SALVANDO  PARTE  do planeta.

Uma solução  mais  favorável também para solucionar o problema do lixo reciclável  seriam  PONTOS de troca nos supermercados  por vales sacolinhas ou outros produtos, você leva recicláveis separados em sua casa e ganha bônus, vales ou produtos, brindes...GANHAR algo no Brasil também anima....exemplo disso o aumento de arrecadação com os prêmios da NOTA FISCAL PAULISTA.  Não que isso  (a ideia)  seja  o supra sumo pra qualquer pessoa aderir, mas seria uma forma de condicionar as pessoas a separarem e destinarem corretamente o seu lixo  reciclável.  Já que vai ao mercado use a mão dupla e leve sua coleta seletiva  para o mercado  colaborando com a LOGíSTICA REVERSA, com o ambiente, com a cidade que mora também.
Em Curitiba há  um projeto  semelhante, trocasse  3 quilos de recicláveis por alimentos hortifrutigranjeiros, o que contribui social e ambientalmente certo?. 

 A sacolinha já foi bem vinda na sua  troca pelo saco de papel  distribuído anteriormente  a  elas. Desde então  descobriu-se uma infinidade de utilidades para as sacolinhas como catar caca de cachorro e  saco de lixo . Inventaram  também "PUXA SACOS" onde você guardava as sacolinhas enroladinhas para posterior utilização .
Nessa época os coitados sacos pretos é que sofreram, pois ninguém os  comprava mais. Enfim talvez a sacolinha tenha contribuído para o aumento do desperdício, pois facilitando o transporte as pessoas acabam levando para casa muito além do que precisariam.



21 de janeiro de 2012

O HOMEM, ONTEM e HOje



Adriana Teixeira Simoni

Hoje um devaneio, me fez escrever tentando ilustrar o homem na roda do mundo, embaralhado a esse progresso que cresce sem a ordem que flameja na Bandeira Nacional Brasileira, em busca da consciência de que fora da bandeira as estrelas se apagam assim como o verde que representa as florestas também se avermelha entre as árvores derrubadas. Assim como no amarelo da bandeira é tão raro encontrar valores como ouro, pois nesse losango que o País flutua as riquezas como a moral e a dignidade que transformaram a humanidade são tão raras quanto onças livres nas matas desse País.  Na esfera central do progresso o céu deixa de ser tão azul para mostrar uma face acinzentada e  intoxicada prometendo tampar o sol e apagar as estrelas numa contagem regressiva a cada nova tecnologia que o homem inventa.

Esse artesão nato, caçador exímio. Foi atropelado pelo poder de acumular tudo, sem sucumbir ao todo, foi derrotado por máquinas que o superaram em números. A produção de massa o empobreceu enquanto ser, ainda que presente nos movimentos sociais foi debelado pela façanha maldita do próprio homem e o poder.

Como compreender tamanho acontecimento que o pôs em situação depreciada, onde os critérios estabelecidos pela ciência foram promovidos pela sua própria curiosidade e ânsia de responder as suas próprias hipóteses.


Ah! Como pode culpar algo ou alguém? Se na verdade procurou tudo que hoje encontra. Desde a floresta que não é mais virgem a todas as outras espécies que nem desenhar mais consegue, pois a imagem também já se apagou. Tanto fez que nem pensou na finidade possível até mesmo de sua existência, pois ao fim desse planeta nem ele mesmo existirá assim como a moral e o civismo.

Nos rastros que deixa nessa ânsia de descobertas no caminho que essa roda percorre, arrasa toda natureza inclusive a natureza humana de sentimentos e valores  em busca também de encontrar no infinito, algo que nem ele sabe ao certo porque  tanto busca e para que vai servir nessa busca.

Conquistou a velocidade, atingiu doenças que o tentavam debelar. Determinou razões infelizes para o futuro de sua própria vida e de seus semelhantes no uso de descobertas irracionais, se perdeu em vícios e maledicentes corrupções a título de acumular mais.

A tecnologia se apresentou como uma arma contra ele próprio, pois nem sempre é preciso estar presente para fazer esse algo funcionar. A toda volta que a roda do progresso o leva, o homem acaba a deriva de todos os problemas que ocasionou. De tantos recursos arremessados na atmosfera desfazendo de toda a biodiversidade que deveria ser protegida por ser a sua companheira a sua dádiva salvadora na saúde e na doença nada faz para impedir a crescente destruição e o crescimento da desvalorização humana.

Nessa terra repleta de florestas em se plantando tudo dá, espera-se nascer na consciência desses homens à percepção de que todo esse mal atribuído um dia retorna, e muitas vezes retorna para  recuperar um outro  dano causado, ou algo levado e  assim o ontem será hoje e provavelmente não será o amanhã.

“Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome.” (Mahatma Gandhi) 

14 de janeiro de 2012

DILEMA ALIMENTAR E AMBIENTAL


Adriana Teixeira Simoni

A industrialização da produção agrícola levou ao uso dos agrotóxicos nos processos produtivos para garantir que hoje os sete bilhões de habitantes tenham acesso a alimentação. O que infelizmente também foi pontuado pelo fim da agricultura familiar e a saída destas famílias para área urbana das cidades. Alterando negativa e definitivamente como vimos hoje o relacionamento do ser humano com a natureza.  Deixando de lado a ligação sustentável que mantinha com o ambiente, onde extraía apenas o necessário para seu consumo não modificando nem destruindo o ecossistema de sua sobrevivência.

Todavia, o processo de uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos permitiu que a agricultura fornecesse mais alimentos para suprir a demanda humana, animal  e industrial.  Entretanto além de promoverem o aumento significativo da produção de alimentos, o que fora relativamente necessário e importante também se tornou outro problema.
O seu crescente uso na produção agrícola projeta o descarte de milhares de embalagens residuais com alto teor de contaminação de solo e mananciais além de prejuízos a saúde humana. Seu uso contínuo e indiscriminado sem o devido acompanhamento técnico contribui para desenvolvimento de pragas resistentes e aumentos dos problemas com. Isso tudo caminhou para originar maiores pesquisas para minimizar tais impactos ao meio ambiente.

O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV), foi um órgão que colaborou muito para colocar hoje o Brasil como referência mundial na destinação final correta das embalagens fitossanitárias usadas, frente a Países como Alemanha, França, Japão e Estados Unidos.   No Brasil, das embalagens recolhidas, 92% são recicladas onde se transformam em tubos de esgoto. Vimos que iniciativas adequadas podem contribuir para a produção sem desequilibrar o ecossistema.
Foi um trabalho de conscientização  e união,  que prosperou com  iniciativas  de  toda a  rede produtiva nacional , incluindo os agricultores,  a distribuição, a  indústria e o poder público, esse último com a premissa de garantir enquadramento dentro da    Política Nacional de Resíduos Sólidos , de responsabilidade compartilhada e da  logística reversa.

Isso trás ao cerne que quando há real interesse para solucionar problemas, existe mobilização para que impactos ao meio ambiente sejam mitigados, promovendo iniciativas não só paliativas e pontuais, mas com decisivo interesse de cortar o problema pela raiz.
A união de toda a rede produtora foi o verdadeiro motor que levou o Brasil a esta consagração de pioneirismo frente a países ricos e que enfatizam organização e estruturação na sua produção agrícola. Porém Brasil é pioneiro em outros rankings negativamente, pois se encontra também entre os Países que mais consomem agrotóxicos,  sendo 5,2 litros a cada ano por habitante.

As discussões devem sempre aconchegar todos interessados, porém devem ser conduzidas por técnicos e cientistas capacitados a evidenciar o que será benéfico ao ambiente e definindo o melhor caminho para preservar o planeta da destruição sem comprometer a subsistência e  saúde humana.

 O homem tem por costume ambicionar o lucro acima de tudo esquecendo-se que essa Terra é nossa única morada ao menos até que provem o contrário. E demonstra também pouca preocupação com a saúde mundial oferecendo alimentos com potencial venenoso no uso exagerado de agrotóxicos tudo pela ambição do lucro fácil sem medir conseqüências atuais e futuras. E nisso ficamos nós consumidores, cercados  tanto pelo alto custo dos produtos orgânicos  (mais saudáveis) ou dos envenenados por agrotóxicos...


Documentário "O veneno está na mesa" por Silvio Tendler.
Pobre tem que comer veneno, orgânico é para rico!

7 de janeiro de 2012

MOMENTO LIXO


Adriana Teixeira Simoni

Irremediavelmente não podemos viver longe desse momento, ele participa de todas as atividades humanas, é onipresente, não há maneira que eu conheça cotidianamente falando de não produzirmos lixo e sendo ele tão onipresente acredito já estar na hora de mantermos uma convivência  sadia e consciente do mal que o lixo mau administrado pode acarretar na vida em sociedade.

Eu com essa insistência em querer que todos manifestem práticas bem vindas com referência ao seu próprio lixo, acabo me indispondo e me aborrecendo, pois acredito ser inadmissível não demonstrar responsabilidades com o nosso próprio lixo e é cruel perceber isso em bairros de classe social diferenciada também,  pois tanto se vê irresponsabilidades com lixo na periferia quanto em bairros de classe média alta e me permito voltar novamente ao assunto fogos de artifício , que são lindos de observar, porém  deixam resíduos bem feios e quem solta baterias  de fogos ou pequenos foguetes deve se responsabilizar pelo lixo deixado numa área pública  bem como as pessoas que não  dispõem de paciência e jogam barranco afora armários os sofás que não querem mais.

Que a produção de lixo está presente em todas as atividades diárias já é sabido. Que há também uma demora do poder público para dar disposição final para o lixo urbano mais condizente tanto com a legislação vigente quanto para com o que o meio ambiente requer, também. Porém nem sempre essa solução esperada do poder público necessita ostentar gastos fabulosos com tecnologias importadas daqui ou dali, coisa que nos dias atuais com tanta podridão aparecendo envolvendo prefeitos da região e de familiares dos mesmos pode nos desenvolver certa desconfiança merecendo nossa atenção, pois afinal é o dinheiro de impostos pagos a municipalidade que seria usada nesses projetos e que poderiam fazer falta em outras áreas caso o investimento não fosse transparente.

Todavia não são necessários investimentos tão altos do município para contornar os problemas com o lixo urbano. A coleta seletiva implementada com seriedade em algumas cidades, renderam benefícios socioambientais incalculáveis o que proporciona economia na extração dos recursos naturais, geração de  renda e  pode movimentar milhões ao lidar da forma sensata com o lixo.

Mas o pior desse cerne está a população que precisa evoluir muito mais do que o próprio assunto lixo.  Essa população ainda está parada no tempo e não tem diferença social que explique tal comportamento. O assunto consciência ambiental tem de estar na pele como perfume, pois demonstrar práticas ecologicamente corretas além de “moda” faz com que as pessoas se tornem celebridades. Hoje uma massa grande de artistas está bastante envolvida com a causa ambiental, não só como protagonistas de publicidade, mas como uma prática pessoal cotidiana deles e se orgulham desse comprometimento. Então me pergunto o que há de MENOS em eu, você, seu vizinho em agir para o bem do ambiente onde vivemos?  Devemos separar e cuidar do nosso lixo na frente de nossa casa, sim cuidar, porque não basta a gente colocar pra fora, precisamos cuidar para que ele seja realmente encaminhado para reciclagem, espalhado pela rua só vai potencialmente lhe causar prejuízos futuros no carro, no esgoto de sua casa, e outros.

Enfim, as vezes a falta de apoio a  Cooperativa de Recicláveis  pode fazer com que  a mesma deixe de prestar um serviço a população eficaz  pois a falta de caminhões decentes para fazer a coleta nos bairros mina seu perfeito e requerido serviço de coleta de recicláveis sendo que se houvesse um convênio com a Prefeitura como há em outras cidades,  o bem seria para todos tanto ao município pela economia com toneladas de  lixo urbano com potencial reciclável que deixa de ser encaminhado ao aterro sanitário bem como o  social proporcionando renda a famílias de catadores cooperados  e melhorando a qualidade de vida da população em geral. Portanto dedique um momento  para o seu lixo!

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